segunda-feira, 17 de abril de 2023

Afrofuturismo: o que é o movimento e como está representado

 Afrofuturismo: o que é o movimento e como está representado

A ideia de retratar a existência negra no futuro, unindo alta tecnologia e a ancestralidade africana, nasceu nos EUA na década de 60 e ganhou múltiplos contornos no Brasil e no mundo.

Jaqueline dos Santos



“Movimento cultural, estético e político que se manifesta no campo da literatura, do cinema, da fotografia, da moda, da arte, da música, a partir da perspectiva negra, e utiliza elementos da ficção científica e da fantasia para criar narrativas de protagonismo negro, por meio da celebração de sua identidade, ancestralidade e história; em geral, obras pertencentes a este movimento procuram retratar um futuro grandioso, caracterizado tanto pela tecnologia avançada quanto pela superação das condições determinadas pela opressão racial, dentro do contexto da vivência africana e diaspórica. (Esta definição não exclui outras formas de descrever ou abordar o movimento, que possui conceituações variadas de diversos estudiosos e pesquisadores do tema.)”


Em um mundo onde o racismo contra os negros ainda está enraizado, é interessante demonstrar para os mesmo, um movimento  que vem pensando e protagonizando sua cultura ou até mesmo seus irmãos independe de onde estejam. Através de música, artes, literatura,  cinema e estética.

Muitos desses influenciadores como Nátaly Neri que é uma estilista negra onde busca divulgar seu trabalho pelo Instagram com roupas de brechó e com facilidade para pessoas que não tem como comprar roupas caras, até mesmo um canal sobre  Afro e Afins.

Imagina o cinema, a música com figuras negras influentes como Beyoncé, Michael Jackson entre outros. Com pouca influência no mundo artístico. Lutando pra mostrar a verdade nos bastidores pouco falado. Não se vitimizando como muitos alegam ou falam sobre os negros.

"   Ale Santos afirma que a narrativa afrofuturista esteve presente na construção do hip hop com Afrika Bambaataa, um dos precursores do gênero. “Há também alguns artistas como o Basquiat que tenta conectar a ancestralidade com um imaginário da rua. O próprio Michael Jackson já tinha várias ideias de futuro e isso aparecia em filmes e músicas dele”.

   Na literatura, um dos grandes nomes foi Octavia Butler, a “primeira dama da ficção científica”, que possui protagonistas negros em todos os seus 15 livros publicados.

  O termo “Afrofuturismo”, no entanto, só foi usado em 1994 pelo teórico e crítico cultural Mark Dery. Ele era um homem branco, norte-americano, que escreveu o ensaio Black to the future, em que analisou a presença negra no gênero de ficção especulativa. Ele constatou que por conta do apagamento sistemático do passado africano pré-colonial, isso fez com que não conseguissem se enxergar no futuro.

Algumas personalidades afrofuturista mundo afora são: Janelle Monáe, Erykah Badu, Billy Porter, Thundercat e Flying Lotus."

“Início do movimento

        Diversos profissionais negros mergulharam na temática do afrofuturismo. São autores ou artistas que trazem uma bagagem social, cultural e política em perspectivas nunca antes vistas na ficção científica. O movimento vem ganhando cada vez mais força com a cultura pop – com o filme Pantera Negra, ou o novo álbum visual Black is King da Beyoncé – mas ele é conhecido desde a década de 60.

         Um dos precursores foi o músico estadunidense Sun Ra. Em suas produções ele dizia que o planeta Terra era muito cruel e por isso pessoas negras africanas e diaspóricas deveriam viver em outros espaços. Space is the place (o espaço é o lugar) era o nome do álbum.”



Bem como o filme "A mulher do Rei" onde retrata mulheres guerreiras que lutam pelo seu povo e rei , dão sua vida para serem  as melhores.

Um protagonismo que enaltece o gênero feminino negro. Segundo a resenha do filme o mesmo é baseado em fatos reais, onde torna o mesmo alvo de muita perspectiva positiva para as futuras gerações.




Podemos observar que o Brasil também tem movimento afrofuturista.[...] no Brasil, as maiores expressões afrofuturistas estão em filmes como Branco sai, preto fica (2014), de Adirley Queirós, na música do grupo Senzala Hi-Tech e na ficção científica de Fábio Kabral, autor de O caçador cibernético da rua 13 (Malê) – romance que mistura crenças do Candomblé a um planeta tecnológico semelhante a Wakanda.

“Minha ideia é romper com a lógica ocidental e europeia de que o continente africano não tem nada a oferecer e, ao mesmo tempo, trazer uma visão afrocentrada, para que as produções ficcionais não sejam sempre histórias de brancos em que os pretos estão ligados ao crime ou são malandros”, afirma o escritor.

Segundo Hêlo D’ Angelo ‘’Ironicamente, o termo “Afrofuturismo” foi usado pela primeira vez por um homem branco, o teórico e crítico cultural Mark Dery, em seu ensaio Black to the future (1994). No texto, porém, Dery questiona a ausência de autores negros na literatura de ficção científica nos Estados Unidos – e, ao mesmo tempo, data o nascimento da estética que chamou de “afrofuturista” entre os anos 1960 e 1970, nas notas musicais do jazzista Sun Ra (que afirmava não ser deste planeta), nas palavras da escritora Octavia Butler (a primeira mulher negra a ganhar notoriedade no gênero da ficção científica) e, ainda, nos quadrinhos do Pantera negra, publicados pela primeira vez em 1966 pela Marvel Comics.

“Embora Sun Ra e Butler não se considerassem afrofuturistas, as características do movimento já eram visíveis em suas obras”, diz Kênia Freitas, que aponta algumas dessas marcas: a autoria e o protagonismo negros, a estética ancestral africana misturada ao futurismo e a exploração de temas que “atravessam a experiência de vida do autor”, como um Estado violento, o genocídio da população negra, o encarceramento em massa, a desigualdade social, choques culturais e, principalmente, a falta de liberdade.”

Podemos observar um movimento muito jovem e pouco conhecido no Brasil ou no meio acadêmico, mas que vem ganhando uma visibilidade muito grande em todo o mundo, onde muitos passando odiando o diferente.

Referências Bibliográfica:

https://www.fundacaotelefonicavivo.org.br/noticias/afrofuturismo-o-que-e-o-movimento-e-como-esta-representado/





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